terça-feira, 27 de março de 2012

Seminário Dinamizado pela GAUDEAMUS no Dia Internacional da Mulher

A GAUDEAMUS - Associação Juvenil, através do Gabinete Para a Vida - Projecto “Tolerância Zero”, realizou, no passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, um Seminário sobre questões de Género e Saúde.

Este Seminário que teve lugar na Biblioteca Municipal de Tábua contou com a presença de várias/os conferencistas e muitas/os participantes, ultrapassando não só as expectativas da entidade organizadora, mas também a lotação do espaço.

Ao longo do dia, foi criado um ambiente de debate, de partilha de conhecimentos e experiências, enriquecido pela participação activa do público presente, bem como das/os várias/os parceiras/os institucionais.

Assim, o evento integrou duas conferências Plenárias, de Abertura e de Encerramento e 6 comunicações convidadas integradas na temática central e em diversos temas de enquadramento inseridos em cinco painéis temáticos.

Num primeiro momento, o Dr. Vasco Prazeres, representante da Direcção Geral de Saúde, apresentou a perspectiva institucional de Género e Saúde - Estado da Arte.

Seguiu-se o primeiro painel +Género = + Saúde, a cargo da Dra. Mafalda Ribeiro, Psicóloga Clínica do Projecto “Tolerância Zero”, onde se destacou que a Sociedade Portuguesa em geral continua a aceitar um modelo normativo ou “ hegemónico” da masculinidade, o que resulta subsequentemente em condutas disfuncionais e de risco.

Por sua vez, no segundo painel Diferença ± Doença = - Igualdade?, o Dr. Brito Largo fez a análise da situação do cuidar de pessoas vítimas de Acidente Vascular Cerebral e concluiu que os prestadores de cuidados são geralmente as mulheres e que tal facto decorre de uma determinação sociocultural.

Já da parte da tarde, a Prof. Dra. Maria Neto dinamizou o painel + Género x Violência = - Saúde?, salientando que a violência contra as mulheres assume-se como a moderna epidemia e como tal, é necessária uma intervenção multissectorial e multidisciplinar.

O quarto painel Pobreza x Violência = - Igualdade? contou com a presença de Prof. Dra. Luísa Ferreira da Silva, que analisou a pobreza como resultado de uma desigualdade social que se repercute na saúde e subsequentemente na mortalidade e morbilidade das classes sociais desfavorecidas. Por fim, no último painel Género + ∞ = + Diferença? a Prof. Dra. Madalena Abreu fez o relato da sua experiência pessoal e realçou a importância do crescimento individual e da relevância da experiência como modo de atribuir significado à análise sensorial.

De ressaltar que, ao longo do dia, a plateia teve a oportunidade de assistir a quatro Momentos Culturais de grande qualidade proporcionados pela Associação Artística Andante que, através das artes da palavra e do som, reflectiu sobre o ser Mulher.

Para além disso, no mesmo local, os/as participantes foram convidadas/os a visitar uma exposição que apresentava as Mulheres que agraciadas com os vários Prémios Nobel, desde o início da sua entrega (1901).

Por fim, é de realçar que o número de participantes e de consequentes opiniões partilhadas nos vários debates excedeu largamente as expectativas da Organização. A presença de muitos elementos, e de várias áreas do saber deve ser encarada como indicador do interesse, da pertinência e da actualidade dos temas abordados neste Seminário.

Na verdade, a apreciação foi muito positiva, tendo sido bem classificado na sua globalidade, assim como no que se refere à pertinência do tema e à clareza das intervenções, para além de pelo menos ter correspondido às expectativas de todas/os as/os participantes, quando não de as ter superado.

Para este sucesso foi imprescindível o apoio precioso da Câmara e Biblioteca Municipais de Tábua, na pessoa da Sr. Vereadora Dra. Ana Paula Neves, assim como à presença das/os nossas/os parceiras/os institucionais – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) na pessoa do Dr. Manuel Albano, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, representada pela sua Presidente Prof. Dra. Maria da Conceição Bento, Instituto Superior Piaget de Viseu, na pessoa do Prof. Dr. Paulo Alves e da Direcção Geral de Saúde, na pessoa do Dr. Vasco Prazeres a quem mais uma vez publicamente agradecemos, englobando ainda todas as pessoas inscritas.

quinta-feira, 15 de março de 2012

19 mulheres por dia foram vítimas de violência doméstica

De acordo com as Estatísticas/Relatório Anual 2011, elaboradas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), 19 mulheres por dia foram vítimas de violência doméstica em Portugal, no ano passado. No total foram registados 15.724 crimes de violência doméstica contra as mulheres.

Num momento em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a APAV assinala que a mulher continua a ser a principal vítima de todos os tipos de crime, com 80% dos crimes praticados contra o sexo feminino. O autor do crime é predominantemente do sexo masculino (78%).

Traçando o perfil da vítima de crime, com base nos dados recolhidos pela APAV, verifica-se que: a vítima é mulher; tem entre os 35 e os 40 anos ou mais de 65 anos; é portuguesa; é casada; tem a sua família nuclear com filhos; trabalha por conta de outrem e reside nas grandes cidades.

Na área da violência doméstica verificaram-se mais 505 factos criminosos ao nível dos maus tratos físicos, relativamente a 2010; mais 427 factos nos maus tratos psíquicos; mais 55 factos criminosos no homicídio tentado e mais 5 mortes por homicídio consumado do que em 2010.

A APAV tem tido um papel determinante ao nível do apoio directo à vítima de crime, mas também na prevenção do crime, anterior à vitimação. Essa resposta tem-se traduzido na qualificação dos profissionais que prestam apoio às vítimas de crime, e na sensibilização do público em geral para essas temáticas.

Ao longo de 2011 a APAV realizou 421 acções de sensibilização sobre os temas da violência no namoro, violência doméstica e violência nas escolas, que envolveram 19.624 participantes.

FONTE: APAV

LINK: http://www.apav.pt/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=566

Reatividade excessiva dos pais associada com problemas de comportamento dos filhos

Os pais que se irritam com facilidade e que têm reações exageradas têm uma maior probabilidade de terem filhos que agem fora do controlo e ficam facilmente aborrecidos, sugere um estudo publicado no “Development and Psychopathology”.

Para o estudo, os investigadores da Oregon State University, nos EUA, contaram com a participação de 361 famílias adotivas, tendo também obtido os dados genéticos dos pais biológicos e das crianças.

Os investigadores, liderados por Shannon Lipscomb, acompanharam as crianças aos nove, dezoito e vinte e sete meses e constataram que os pais adotivos que tinham tendência a terem reações exageradas, por exemplo, zangarem-se facilmente quando as crianças testavam os seus limites ou faziam asneiras, influenciavam o comportamento dos filhos. Estas crianças apresentavam “emoções negativas” e agiam fora do controlo, tendo acessos de raiva mais frequentes do que o normal para a sua idade.

"Esta é uma idade onde as crianças são propensas a testar limites e fronteiras", revelou, em comunicado de imprensa Shannon Lipscomb. "No entanto, os estudos mostram consistentemente que as crianças com níveis elevados de emoções negativas durante estes primeiros anos têm mais dificuldades em controlar as emoções, e tendem a apresentar um comportamento mais problemático durante a idade escolar”.

Os investigadores também constataram que as crianças que apresentaram um maior aumento de emoções negativas, desde os nove aos vinte e sete meses de idade, também apresentaram maiores problemas de comportamento aos dois anos. O que sugere que as emoções negativas que ocorrem durante o desenvolvimento do bebé podem ter implicações no comportamento das crianças anos mais tarde.

Por outro lado, o estudo também verificou que a genética também desempenhava um papel importante no comportamento das crianças, particularmente nos casos de crianças que apresentavam um risco genético para as emoções negativas herdadas através das suas mães, apesar de terem sido criadas num ambiente calmo e menos reativo.

Assim de acordo com Shannon Lipscomb os pais têm que ter consciência que a forma como os filhos se adaptam à primeira infância, um momento desafiante marcado pela crescente mobilidade e independência da criança, pode ter impacto no futuro desenvolvimento da criança.

“A capacidade do pais em controlarem as suas reações e não vacilarem, serem seguros e não exageram perante os comportamentos das crianças é uma forma importante de ajudar os filhos a modificar os seus comportamentos”, conclui a investigadora. “Os pais dão exemplo aos filhos no modo como gerem as emoções e reações”.

FONTE: ALERT Life Sciences Computing, S.A. Estudo publicado no “Development and Psychopathology”.

LINK: http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/reatividade-excessiva-dos-pais-associada-com-problemas-de-comportamento-dos-filho#.T0grhMOeWgM.facebook