segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Campo de Férias

GAUDITO


Estão ainda abertas as inscrições para o "Campo de Férias: Viver a Igualdade e a Natureza com o Gaudito" 2010.
Este campo de Férias promovido pela GAUDEAMUS Asso. Juvenil através do "Projecto Gabinete para a Vida" e em pareceria com o Instituto Português da Juventude, desenvolverá entre os dias 30 de Agosto e 10 de Setembro inúmeras actividades na vila de Tábua para jovens entre os 12 e os 17 anos.

Entendemos um Campo de Férias como um espaço privilegiado para a ocupação das crianças e jovens durante as férias escolares, uma vez que possibilita vivências diversificadas em grupo, a partilha de experiências e o conhecimento de meios físico, social e cultural diferentes.

Recorremos a metodologias participativas e lúdicas, procuramos estimular @s participantes para a Igualdade, a não violência, ecologia, aliadas à descoberta das suas capacidades e potencialidades, para conseguirem atingir um maior desenvolvimento na sua autonomia e uma maior consciência dos seus deveres de cidadania.

Fomentar a Generosidade

Incutir o Amor

Favorecer a União

Proporcionar o Divertimento

Incentivar o Interesse

Facilitar a Tomada de Decisão

Oferecer a Oportunidade



Férias Escolares e Ocupação de Tempos Livres

As Férias escolares costumam sempre trazer várias dúvidas aos pais/mães. Ao contrário do que acontece durante o período de aulas, agora, @s filh@s passarão a ter quase todo o tempo livre, e este “novo tempo” livre acaba por se tornar um problema na rotina familiar. Suscitam muitas dúvidas aos pais/mães de como manter o equilíbrio entre o desejo d@s seus filh@s aproveitarem ao máximo os dias sem escola, sem as obrigações habituais e as suas possibilidades (ou falta delas) de @s acompanharem e de supervisionarem as actividades e momentos de lazer.
De entre as múltiplas possibilidades de diversão que as crianças encontram em casa estão também na mesma proporção vários perigos: horas excessivas diante de um computador, “amizades” virtuais na internet, os jogos online que estimulam a agressividade, a televisão e os diversos programas impróprios a crianças pequenas que não entendem ou têm dificuldade em entender os seus conteúdos, entre muitos outros.
Os pais por outro lado, ficam apreensivos, pois as crianças acabam por ficar muito tempo sozinhas em casa, susceptíveis a vários perigos sem o supervisionamento de um adulto. Muitos pais/mães procuram encontrar várias formas de contornar esta situação recorrendo à presença de um adulto de confiança ou a um parente que lhes supra as necessidades e compreenda as suas reacções. Outros, pensam logo em estruturar um esquema de reforço escolar de forma a aproveitar o tempo ocioso. E como as crianças em geral se revelam e não cumprem por si só essa jornada extra de estudo, começam as cobranças e o equilíbrio familiar desenvolve-se para discussões, birras e choradeiras. Existem as tradicionais saídas para o “problema”: os acampamentos, as férias na casa de outros parentes, as Colónias de Férias, os Campos de Férias ou as Actividades de Tempos Livres (ATL) denominadas tantas vezes como "escolas de férias". Mas novas opções vêm sendo encontradas pelos pais/mães, que não estão dispostos a lançar mão do orçamento mensal tantas vezes ao ano.
Sugestões para manter @s seus/suas filh@s ocupados:
Procurar fazer com as crianças um plano de actividades para essas semanas, ou para as datas sem aulas, de uma forma bem equilibrada, com dias e horários reservados para actividades dirigidas, obrigatórias, que serão “cobradas” posteriormente pelos pais e um tempo livre onde entram as brincadeiras, as visitas, os passeios, as viagens, o computador, o cinema, os jogos desportivos. E como ninguém entra em férias de ler e escrever por que não oferecer à criança um livro escolhido por ela, ou um caderno de notas de forma a ser um companheiro para esses momentos de descanso, assim como anotar os recados telefónicos, fazer a lista do supermercado, ajudar nas compras e aprender a fazer o troco estão entre as actividades que podem e devem ser treinadas nessas ocasiões. Desta forma simples pode-se estimular o hábito da escrita e da leitura das crianças desenvolvendo mesmo as suas aptidões.
Entre as tarefas dirigidas e que são instrutivas (pois criam hábitos ao longo do tempo) está a necessária arrumação de armários, do material escolar, brinquedos, roupas, uniformes, etc. @s pequen@s podem participar junto com os irmãos mais velhos ou um adulto na tarefa e, além de aprenderem a organizar os seus armário, a sua escrivaninha, ainda podem escrever (ou desenhar) as etiquetas para as gavetas, consertarem caixas de brinquedos com fita adesiva ou separarem brinquedos que não usam mais.
Existem visitas que raramente se fazem durante o tempo de aulas: a museus, a parques, ao mercado da cidade, à estação ferroviária ou ao aeródromo, ao teatro, a audições musicais. E podem ser combinadas com um professor ou monitores do museu, trazendo horas de diversão e aquisição de novos conhecimentos e acrescentando assim uma nova ideia sobre como utilizar o tempo livre de modo interessante e produtivo.
Aos mais pequeninos, sempre agrada muito fazer tarefas que os tornem "grandes" aos olhos dos irmãos mais velhos e principalmente dos pais, por exemplo: recolher o jornal, aprender a fazer a própria cama, ajudar a cuidar dos animais domésticos, regar o jardim. Estas pequenas tarefas dão à criança a noção de responsabilidade e de fazerem parte da família como membro que contribui. Os pais podem tentar ainda reunir com vizinhos que tenham filhos da mesma faixa etária e contratar alguém de confiança para passar um período do dia com as crianças num local comum. As brincadeiras e os jogos desportivos poderão ser dirigidos e supervisionados. Assim, os pais trabalharão mais sossegados e as férias das crianças serão bastante mais interessantes, produtivas e divertidas.
O que não deve nem pode acontecer em nenhuma idade, é a criança sentir-se neste período de férias abandonada, sem tarefas, entediada, sem saber como usar o seu tempo livre e aproveitar de modo saudável e construtivo as férias escolares e as "pontes" entre feriados. Deve compreender através de conversas amistosas e realistas, adequadas a sua etapa de crescimento, que nem todos os pais podem arcar com viagens longas e nem em todas as ocasiões eles poderão estar juntos. Mas também, que as férias podem ser um bom período para aprenderem coisas diferentes, interessantes e essencialmente a serem mais independentes e maduros!

Psicóloga do Projecto Gabinete para a Vida - "Tolerância Zero",
Mafalda Ribeiro.